Apesar de eu pessoalmente nunca ter implantado próteses destas marcas tenho recebido uma série de questionamentos acerca deste assunto. Penso ser pertinente esclarecer a sociedade sobre alguns pontos importantes neste episódio tão lamentável.
Segundo a Reuters, em maio de 2000, a Administração de Alimentos e Drogas dos EUA (FDA) inspecionou a fábrica da empresa Poly Implant Prothese (PIP) no sul da França e enviou uma carta ao fundador desta firma alertando que seus implantes mamários estavam “adulterados” e citando pelo menos 11 irregularidades. Em 2010 devido ao aumento da taxa de ruptura desta marca a Agência Francesa de Segurança Sanitária de Produtos de Saúde inspecionou essa empresa constatando não-conformidades no gel utilizado. A partir disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a comercialização, distribuição, importação e utilização destas próteses no Brasil.
Das 34.631 unidades que aqui chegaram, felizmente 30% não foram implantadas em seres humanos. A pergunta a ser respondida é o que se pode fazer para que as mais de dez mil pessoas (por volta de 1,5 mil implantadas no RS) tenham a orientação correta sobre como proceder nesse momento.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, que elaborará diretrizes de avaliação, diagnóstico, conduta e acompanhamento, não há evidências que justifiquem a remoção e substituição preventiva destas próteses. Evidente que muitas portadoras destas marcas desejam trocá-las e deverão discutir os riscos e benefícios desta troca com seus médicos.
A conduta que vem sendo mais utilizada é a realização de consulta médica em conjunto com o exame complementar de Ressonância Magnética para verificar o estado das próteses. A conduta perante os achados deste exame deverá ser individualizada para cada caso podendo retirar, ou não, a prótese.
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